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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

AUGUSTO ANDRADE

 

Augusto de Castro Andrade nasceu em Pilar, Alagoas, em  3 de julho de  1888 –e faleceu em  Recife, Pernambuco, em 22 de setembro de  1930).

Poeta, jornalista, comediógrafo, médico.

 Filho de Gaspar Augusto de Andrade e de Maria do Castro.

Doutorou-se em Medicina pela Faculdade da Bahia (1910).

A esse tempo era poeta bastante conhecido dos conterrâneos.

De porte franzino e esmerado no trajar foi apelidado pelos colegas de Biscuit. Cuidou mais da poesia que da medicina. A tese de doutoramento - Emoções - revelou a sensibilidade poética do médico. De temperamento aventureiro, deixou a terra natal para exercer a medicina em outros estados. Depois foi ser médico de bordo do vapor Ceará.

Obras: Emoções, Tese Apresentada à Faculdade de Medicina da Bahia em 31 de Outubro de 1910. Dissertação da Cadeira de Fisiologia. Salvador, Tip. do Liceu de Artes, 1910; Pãn, 1918 (poesia); Angústia, 1925 (poesia); A Volúpia (comédia em um ato).

 

 

AVELAR, Romeu de.  Coletânea de poetas alagoanos.  Rio de Janeiro: Edições Minerva, 1959.  286 p.  ilus.  15,5x23 cm.  Exemplar encadernado.  Bibl. Antonio Miranda

 

 

       AMOR       

Sol que na terra espessa tem fulgores,
Treva que apaga o sol... Base da vida...
Degrau de espinho, íngreme subida
Que nos conduz a um Gólgota de dores!

Escada de Jacob, em sonho erguida,
Para atingir do céu os esplendores,
Rosal da vida, rebentando em flores
E, em flor de sangue, abrindo-nos ferida!

Dor e conforto. Céu e inverno. Velo
De ouro à espera que encontre o seu Jasão...
Desdêmona a morrer por mão de Otelo...

Amor — Supremo Ideal — meu sonho vão,
Que procuro, que anseio, aspiro e anelo,
Como se fosse a própria Perfeição...

 

 

       A FONTE

Minha fonte de Lourdes, que por vales
Corres num fio d´água cristalina,
Cura o meu grande mal, fonte divina,
Pois dele é que me vem todos os males.

Sofro do mal de amor... É minha sina
Sofrer, carpir, tragar o negro cálix
Da amargura. Sonora fonte, vales
O remédio melhor da medicina!

Há numa gota d´água do teu veio
Vida e saúde. Quem se cura, creio,
De gratas flores o teu leito juncas...

       E vão pedir-te um bálsamo. Perdoa...
O mal de amor que o coração magoa
Não se conhece, nem se cura nunca.

 

*

VEJA e LEIA outros poetas de ALAGOAS em nosso Portal:

 

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Página publicada em junho de 2021


 

 

 
 
 
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